terça-feira, 24 de novembro de 2009

ENTREVISTA





Entrevista realizada com o Profº de Física do 1º semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Anhembi Morumbi - Luis Carlos Chicherchio.






                    1. Como foi escolhido o curso de arquitetura.
                    Durante o colégio tinha muita vontade de juntar natureza com a criatividade, a arte.
                    Quando adolescente morava na Mooca e estudava num ótimo colégio estadual. Porem não havia esclarecimento sobre as profissões, achava que teria de fazer engenharia e depois se especializar em arquitetura. Do 2º para o 3º ano do colégio descobriu por um amigo que havia o curso de Arquitetura, e ficou feliz de saber que ao invés de fazer praticamente duas faculdades faria apenas uma.


                    1. Em que ano e em qual faculdade concluiu o curso?
                    Na época da escolha da faculdade haviam apenas duas com o curso de Arquitetura. O Mackenzie e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
                    Luis Carlos se formou em 1967 na FAU-USP.


                    1. Como entrou no mercado de trabalho e em que área começou a atuar? Continuou na área?
                    Desde o 2º ano da faculdade era sócio de um escritório com outros alunos. Na época era normal um grupo de alunos alugarem uma sala para fazerem pequenos trabalhos e atividades da faculdade. No escritório faziam desenhos free lancer para escritórios maiores e coordenavam pequenas obras para conhecidos.
                    No 3º ano havia pouco trabalho no escritório, eles se reuniam apenas a noite já que as aulas eram em período integral. Nas horas vagas dava aula de matemática, física e desenhos para alunos do colégio.
                    No 4º ano abriram um curso pré-vestibular na USP e ele foi convidado para dar aulas.
                    No 5º ano conciliava aulas do cursinho, escritório e aulas particulares.
                    Foi quando a USP dobrou as vagas do curso para ter alunos o suficiente para se mudarem a cidade universitária , então o profº de física do curso o procurou e perguntou se poderia ajuda-lo com a nova turma do ano seguinte.
                    Ficou durante dois anos com o escritório e as aulas na FAU, foi então que os escritórios entraram em crise por causa do BNH (Banco Nacional da Habitação), as pessoas deixaram de construir suas próprias casas para comprar casas prontas. Diante da situação o escritório foi fechado e ele se dedicou apenas as aulas na USP, em Mogi das Cruzes e em Limeira.
                    Dava aula de Conforto Ambiental para o curso de arquitetura e de desenho técnico para engenharia.
                    Depois disso deixou as aulas e foi para a Europa estudar durante um ano. Quando voltou a São Paulo, abriu um escritório de consultoria em Conforto Ambiental.

                    1. Quais os trabalhos mais marcantes da carreira?
                    Os trabalhos mais marcantes foi uma seqüência de três projetos de “Diagnósticos climáticos e estabelecimento de diretrizes arquitetônicas e urbanísticas para implantação de novas cidades”
                    Os nomes dos projetos eram:
                    ü Projeto Caraíba
                    ü Projeto Carajás
                    ü Projeto Barcarena
                    Os projetos se desenvolveram em 3 anos, de 1978 a 1982.


                    1. Quais as principais diferenças da arquitetura de quando se formou com a de hoje?
                    Quando formou-se o curso tinha carga horária integral, com o passar dos anos os cursos tornaram-se meio período e com isso a carga horária se reduziu a metade.
                    Essa diminuição de tempo do aluno nos estudos faz uma grande diferença na formação.


                    1. O que acha que havia no curso que não há hoje e que faz diferença para a formação do arquiteto?
                    No colégio antigamente havia aulas de desenho técnico e de expressão, isso fazia com que o aluno tivesse muito mais facilidade quando ingressava na faculdade de arquitetura.
                    Hoje isso faz muita falta, pois perde-se muito tempo com a parte básica do desenho.


                    1. Quais seus ídolos na arquitetura?
                    Quando ingressava na faculdade tinham que escolher entre o Realismo – representado pelo Lê Coubosier – ou pelo Organicismo – representado pelo Frank Loid Write. No inicio do curso optou pelo Organicismo.
                    No 4º ano descobriu Marcel Bruer que era racionalista, desde então seguiu sua linha de ‘criação’.
                    “Queria ter nascido como ele [risos]” – disse o Profº.


                    1. Os objetivos que haviam na escolha do curso foram atingidas durante a vida profissional?
                    Os objetivos de conciliar natureza e arte foram atingidos.
                    Na FAU a parte técnica era muito difícil, e os projetos passaram por uma reforma. Passaram a ser 4 sequências de projetos:
                    ü Projeto visual
                    ü Desenho industrial
                    ü Desenho de edifícios
                    ü Planejamento urbano
                    A 5ª seqüência veio mais tarde (finalmente):
                    ü Paisagismo

                    Antes era dito que o arquiteto era treinado para tudo, “um bom arquiteto desenhava desde um bule até um edifício”.


                    1. Desde quando exerce como professor e porque também escolheu essa profissão?
                    Como professor do curso de arquitetura leciona desde quando se formou.
                    Começou a dar aulas por causa do retorno financeiro, já que aulas particulares eram muito bem pagas.


                    1. Em que área teve maior satisfação profissional?
                    Foii mais realizado como professor. Porem não seguiu carreira acadêmica completa e manteve o escritório, onde trabalha com consultoria de conforto térmico, iluminação e acústica até hoje,